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Vale a pena um escritório de advocacia investir em um blog?

Vale a pena um escritório de advocacia investir em um blog?

Por Mauro Lacerda | Marketing de Conteúdo | 1236 Views

As estratégias comerciais, publicitárias e de marketing do mercado com um todo vivem evoluindo e se desenvolvendo. Mais recentemente, o Marketing de Conteúdo se tornou a grande modalidade praticada pela maioria das marcas.

Existe, porém, um segmento específico que se encontra em uma situação um pouco mais delicada que todas as demais empresas e nichos comerciais. Trata-se do ramo advocatício e dos escritórios que atuam nessa área.

No Brasil, existe um Código de Ética que impede essa classe de profissionais de promover os seus trabalhos, a não ser cumprindo alguns requisitos previstos por esse mesmo código.

Devido a esse cenário, é muito comum ver confusões surgirem em torno do tema. Entre os extremos estão os posicionamentos de que os advogados não podem fazer nenhum tipo de divulgação, e os de que eles deveriam fazer qualquer tipo que quisessem.

Porém, como dito no título e sugerido no primeiro parágrafo deste artigo, o marketing de conteúdo pode ser considerado um fiel da balança, que se mostra totalmente disponível tanto para o segmento advocatício quanto para qualquer outro.

Então, se você quer entender melhor o motivo disso, e como é possível obter os melhores resultados por meio desse tipo de estratégia, siga conosco até o final a leitura.

Entendendo melhor o Código de Ética da OAB

Antes de qualquer coisa, é preciso compreender que todo tipo de venda exige um “código de ética” da parte, seja da empresa, seja do próprio vendedor ou consultor que faz a venda.

Como é sabido, um vendedor que ofereça a solução de uma lava louça industrial para restaurante pode muito bem omitir uma série de detalhes técnicos a grande parte do seu público, ainda que alguns dos clientes entendam do assunto.

Além disso, certa má fé em uma venda pode ocorrer não apenas em função de informações técnicas que a clientela ignore, mas também a respeito de defeitos ocultos em produtos mal fabricados ou manipulados maliciosamente.

Enfim, sem a boa fé, qualquer anúncio pode ser antiético. O que se entende no caso da publicidade jurídica, no entanto, é que ela lidaria com uma solução diferente das demais.

Ao contrário de um médico, um contador, um técnico de informática ou uma agência de marketing, que precisam prospectar clientes e, quanto mais gente atingirem, melhor, o advogado não pode ampliar seu mercado sem promover litígios.

Esse é o ponto: vender solução jurídica poder ser o mesmo que dizer aos outros “entre com um processo contra tal pessoa, essa ou aquela instituição”. Ao passo que não deve ser assim, pois, antes do litígio, a indicação é que as pessoas busquem se entender.

Se você adquire um compressor de ar preço pela internet, ou mesmo presencialmente, e fica insatisfeito, é natural tentar encontrar modos de resolver o problema a todo custo, antes de pensar em processos e litígio, não é mesmo?

Por isso, o Código de Ética da OAB apresenta restrições quanto à publicidade. No seu Capítulo IV, intitulado Da Publicidade, ele determina:

“Art. 28. O advogado pode anunciar os seus serviços profissionais, individual ou coletivamente, com discrição e moderação, para finalidade exclusivamente informativa, vedada a divulgação em conjunto com outra atividade.”

Como seja, com “discrição” e “moderação” é possível, sim, o advogado divulgar seus serviços. Portanto, a publicidade é proibida nessa área, mas não o marketing em geral, como ficará claro adiante.

Por que e como aplicar o marketing de conteúdo?

O marketing de conteúdo leva esse nome porque ele é todo focado na ideia de atrair os clientes em potencial por meio de conteúdos que, direta ou indiretamente, tenham a ver com a solução prestada pela empresa.

Se tradicionalmente o marketing e as vendas apostavam na prospecção ativa de clientes (outbound marketing), o marketing de conteúdo acredita, pelo contrário, na prospecção passiva (inbound marketing).

Assim, um comércio de partes automotivas que comercializa cossinete manual, em vez de simplesmente procurar táticas para atingir os consumidores com anúncios de alto apelo comercial, hoje, poderia gerar textos que atraíssem seu público alvo.

Há vários modos de fazer isso, tais como:

  • E-mail marketing;
  • Newsletters;
  • E-books e infográficos;
  • Redes e mídias sociais;

  • Blogs e vlogs, etc.

O interessante é que a prospecção passiva do marketing de conteúdo, praticada por qualquer tipo de empresa ou marca, enquadra-se justamente no tipo de publicidade que os escritórios de advocacia podem aplicar.

Assim como a loja de peças para veículos que vende cossinetes e abraçadeira aço, é possível que uma banca de profissionais do direito crie um blog e passe a disseminar conteúdos informativos e educativos sobre o seu próprio segmento de mercado.

Mais ainda, esse mesmo conteúdo também pode ganhar vários formatos, indo desde e-mail marketing até divulgação nas redes sociais. Afinal, não é o veículo que determina a natureza da publicidade, mas o tipo de abordagem e de prospecção.

Por isso é que vale muito a pena um escritório de advocacia investir no marketing de conteúdo, também conhecido como inbound marketing.

Sobre a persona e a consistência das publicações

De fato, uma das principais estratégias do marketing de conteúdo são os blogs. Porém, para que eles tragam os resultados esperados, é preciso levar alguns fatores em conta.

O primeiro ponto fundamental é a questão da persona do público. Falando assim, pode parecer algo muito comercial, inadequado para escritórios de advocacia. Todavia, todo texto deve ser feito com base em que vai ler o conteúdo.

Por exemplo, você sabe o que é uma rosca transportadora helicoidal? A maioria de nós ignora, mas trata-se de um dispositivo bem conhecido no setor da agroindústria. Geralmente, esses textos são direcionados a pessoas da área industrial.

Já um advogado encontra um esforço específico: falar de uma área técnica para leigos, que são os seus clientes. Nesse caso, ele pode atuar na área cível, criminal, tributária ou qualquer outra, tanto faz, desde que identifique sua persona com clareza.

O esforço sempre será o de gerar conteúdos que levem a informação técnica indispensável e, ao mesmo tempo, de modo acessível, para cada público específico.

Outro ponto indispensável é a consistência das publicações. Não é possível “escrever quando dá vontade”. Se o blog será um recurso de marketing do escritório, é preciso haver métodos, fluxos, agenda de produção, metas e daí em diante.

O cronograma da indústria que escreve sobre rebolo de lixa pode não ser o mesmo do escritório de advocacia, mas ambos precisarão encontrar a melhor frequência para suas publicações.

O fato é que os visitantes se acostumam com essa frequência, e o ideal é que ela não fique abaixo e nem tampouco acima da meta. Ou seja, se o ideal forem três artigos por semana, publicar cinco pode ser tão ruim quanto não publicar nenhum.

Bônus: guest post e SEO (otimização de páginas)

Outro ponto importante para que um blog traga os resultados esperados é a originalidade do material, por várias razões que veremos abaixo.

A primeira, e mais óbvia delas, é que o seu próprio público acabaria concluindo que seu blog não é relevante, caso o material não trouxesse nada de novo. Ao passo em que poderia tornar-se um fã do site, caso ele fosse melhor trabalhado nesse sentido.

O mesmo vale para qualquer segmento comercial. Se o canal se propõe a tratar de suprimentos industriais, como graxa de alta temperatura, além de seguir as outras dicas, também será fundamental manter a originalidade.

Um modo de garantir isso é buscando várias fontes de informação. Naturalmente, se você só lê outros blogs, não trará nada de novo, o que não acontecerá se você ler livros do seu setor, manual de produtos e equipamentos, revistas especializadas, etc.

Outra maneira bacana de manter tanto a originalidade quanto o cronograma é por meio do guest post bem feito. Trata-se da estratégia de trocar de conteúdo com outros blogs do mesmo segmento ou até do mesmo nicho de mercado.

Assim, um blog agrega a outro em termos de criatividade. Isso também ajuda no tráfego da página, com a troca de links e de fluxo de leitores, o que nos leva ao segundo ponto: o SEO (Search Engine Optimization), que é a otimização para motores de busca.

Um ponto que já se tornou indispensável para os blogs que querem ter um bom resultado é o do ranqueamento nos grandes buscadores da internet, como são o Google, o Bing e o Yahoo, entre outros.

A melhor maneira de gerar tráfego e acessos para o seu material é por meio da otimização da página, que consiste em garantir que seus conteúdos cumpram os requisitos das plataformas de busca, como originalidade, bons links e páginas responsivas.

Se a empresa consegue posicionar a palavra-chave solda em aço inox, por exemplo, na primeira página, é certo que ela terá muito mais visitas. O mesmo vale para escritórios de advocacia em qualquer nicho de atuação.

Com isso, vemos que essa área do mercado tem todos os motivos para investir em marketing de conteúdo, inbound marketing e nas estratégias dos blogs.

Esse texto foi originalmente desenvolvido pela equipe do blog Guia de investimento, onde você pode encontrar centenas de conteúdos informativos sobre diversos segmentos.